Meia do Grêmio afirma que atuação no clássico é o parâmetro: "Este sou eu"
Poucos entre os onze reforços do Grêmio para a temporada 2012 desembarcaram em Porto Alegre com tanto prestígio quanto Marco Antonio. Egresso da Portuguesa, equipe por ele orquestrada na conquista da Série B no ano anterior, o meia de 27 anos empolgou os dirigentes gremistas.
- A formação dele é toda no São Paulo. Vocês vão ver a qualidade do Marco Antonio - comemorava o diretor-executivo Paulo Pelaipe, a todos que perguntavam as referências do novo contratado.
E Caio Júnior de imediato confiou no jogador. Desde o primeiro treinamento Marco Antonio foi titular, animando os torcedores que recordavam as comparações entre a Portuguesa e o Barcelona - nesta brincadeira, a "Barcelusa" contava com Marco "Xavi" Antonio. Mas o jogador não conseguiu reproduzir os desempenhos observados em 2011, e passou do prestígio à contestação.
Cobrado, Marco Antonio matou a pressão no peito, colocou na grama, e a transformou em um passe magistral na assistência que resultou no gol de Kleber Gladiador. O gol da vitória tricolor sobre o Inter no clássico disputado quarta-feira, no Estádio Beira-Rio.
Em entrevista especial ao GLOBOESPORTE.COM, Marco Antonio atribuiu as dificuldades do início no Grêmio à adaptação ao futebol gaúcho, e transformou a atuação no Gre-Nal em referência para o restante da temporada.
GLOBOESPORTE.COM - O que te trouxe ao Grêmio?
Marco Antônio - Foi a campanha da Portuguesa ano passado, todos que estavam lá conseguiram essa projeção. A Portuguesa estava bem carente de títulos, foi uma conquista marcante. E minhas atuações foram decisivas também para eu ter essa projeção junto com os demais.
E como foram as negociações com o Grêmio?
Eu estava em férias com minha esposa, fora do Brasil, quando o Pelaipe ligou para meu empresário. Ele falou do projeto do Grêmio, achei bacana. Ele me disse que o Grêmio queria ganhar tudo, que a Arena era maravilhosa. E eu disse na hora: "confio em ti, pode fechar, quero muito jogar no Grêmio".
Mas o começo não foi como todos esperavam. O que aconteceu?
Aqui no Sul o estilo é diferente, demora um pouco de tempo para se adaptar. Para o meia armador é complicado, sempre tem marcação em cima, com muito contato, em campos pequenos. Eu não esperava ganhar espaço tão rápido. Sei que a atuação do Gre-Nal deveria ter acontecido antes, e sei que fiquei devendo isso ao Caio Júnior (treinador dispensado antes do Gre-Nal), que confiou em mim desde o primeiro dia. Ainda estou nesse processo de adaptação ao futebol do interior gaúcho, e isso às vezes dificulta. Eu conversava sobre isso com a comissão técnica, sou muito perfeccionista, eu me cobro demais.
Essa é a sensação que eu tive no Gre-Nal. 'Este sou eu', pensei. "
Como foi lidar com as críticas tão cedo?
As pessoas falavam que a camisa estava pesando. Não tem nada disso. Eu e minha família sabemos o quanto lutei para estar aqui. Estou com a disposição de um moleque de 18 anos para vencer e marcar história no Grêmio. Eu também me joguei uma pressão para dar certo aqui, por isso me dediquei tanto.
Essa "auto-pressão" atrapalhou?
Acho que não, porque eu sou assim, sou perfeccionista, eu sempre me cobrei muito.
Por isso o Gre-Nal serve de referência? Para mostrar o verdadeiro Marco Antonio a quem te criticava?
Sim, essa é a sensação que eu tive no Gre-Nal. "Este sou eu", pensei.
Enquanto adapta-se ao futebol gaúcho, você está gostando de Porto Alegre?
Porto Alegre é tranquila, a vida é muito bacana, muita coisa diferente de São Paulo. Esses dias, depois de um jogo, saí com minha esposa para jantar e não tinha nada aberto às 2h. A vida aqui é mais tranquila. Só não esperava tanto calor (risos).
E o momento da tua "virada" se dá com a chegada do Vanderlei Luxemburgo. Como você imagina esta relação com o novo treinador?
Quero me afirmar com ele no Grêmio, sempre admirei o trabalho do Luxemburgo, quero aproveitar para tirar dele o melhor. Ele sempre tira o melhor de cada jogador.
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